Para o casal que deseja ter filhos, sem dúvida os meses do período de gravidez são de muita ansiedade e principalmente de cuidados. Tanto a saúde da mãe quanto a do bebê exigem uma atenção fora de uma rotina comum. Em questões alimentares, talvez o mais importante nessa trajetória de gestação seja não seguir uma receita baseada em “achismos”, ou aquelas caseiras que passam de geração em geração, ou ainda buscar dicas milagrosas na internet.
O acompanhamento de um médico pediatra ou um nutricionista garantem tranquilidade aos pais. Conversamos com a nutricionista Muriel Guerreiro Martins sobre uma alimentação segura tanto para a mãe quanto para o bebê. Ela faz um alerta quanto à substância mais importante no começo da gestação. “O ácido fólico é um nutriente indispensável nas primeiras semanas, pois ele participa da formação do tubo neural, que inclui o cérebro, medula óssea e coluna vertebral, e também é importante para o sistema nervoso que é formado até a terceira semana”, afirma.
Muriel explica que é comum as futuras mamães não saberem que estão grávidas no início da gestação, por isso recomenda manter o ácido fólico sempre em níveis adequados no sangue, independente se há a intenção de engravidar ou não. Essa importante substância é comumente encontrada em feijão, lentilha, espinafre e fígado.
Existem outras substâncias igualmente importantes e que devem fazer parte da alimentação. Muriel criou uma lista para nós e indicou a atuação de cada uma:
- Vitamina A: responsável pelo crescimento dos ossos, mucosas e para a saúde dos olhos. (Cenoura, batata doce, espinafre, melão);
- Vitamina B6: auxilia no desenvolvimento do cérebro e do sistema nervoso. (Banana, batatas, frango e carnes magras);
- Vitamina D: complementa a função do cálcio, auxiliando na fixação do mesmo nos ossos. (Manteiga, ovos, fígado e uma dose de sol pela manhã garantem a absorção da vitamina);
- Proteínas: fundamentais no crescimento celular, produção do sangue e construção de tecidos do bebê e renovação dos tecidos da mãe. (Carnes magras, frango, peixes, ovos, feijão e tofu);
- Ferro: durante a gestação a recomendação de ferro é dobrada, cerca de 27mg. Ele participa da produção de glóbulos vermelhos, realiza o transporte de oxigênio para células e órgãos. Pode ser prescrito por meio de suplemento ou na ingestão de carnes vermelhas, fígado, grão-de-bico e espinafre. E ainda, experimente cozinhar em uma panela de ferro, pois elas liberam o nutriente na comida e ajudam a suprir a necessidade do organismo.
Além dos nutrientes a serem ingeridos, também é preciso atentar ao que não deve ser consumido pela gestante no período de gravidez. Muriel ressaltou os mais importantes:
- Carnes cruas, mal passadas e legumes mal lavados: o risco aqui é principalmente em relação à toxoplasmose, um micro-organismo que pode estar presente nas fezes dos animais. O mesmo serve para peixes. Deixei para comê-los crus somente depois da gravidez e do período de amamentação;
- Ovos crus: evitar a salmonelose. Cozinhe muito bem os ovos, pois a bactéria resiste ao cozimento brando. Exclua alimentos que contêm ovos crus, como maionese;
- Bebidas alcoólicas: diversos estudos indicam que o consumo de álcool pode causar problemas no desenvolvimento do feto;
- Alguns leites e queijos: os não pasteurizados (leite de ovelha e cabra, brie, feta e camembert) podem ser fontes de uma bactéria que causa listeriose. Pode causar parto prematuro, infecção do feto ou, em casos mais graves, levar ao aborto.
E para finalizar, é importante lembrar que fumar é extremamente proibido durante o período de gestação. O cigarro causa danos severos ao feto.
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